Outras Maneiras de Ver de José Hermano Saraiva.
Círculo de Leitores. Lisboa, 1979, 213. Dura.
Livro sem marcas, assinaturas ou sublinhados.
descrição
Hoje o sebastianismo tem principalmente o valor de tema literario. Serve de ingrediente para especulações mais ou menos brilhantes e engenhosas sobre algo que não se sabe bem 0 que é, mas se costuma designar por caracteristicas, ou dimensões fundamentais, ou marcas originais da alma por tuguesa. Posição que talvez represente ainda uma forma pedante e letrada do sebastia nismo nacional. E uma ma neira cómoda de falar do povo sem fazer nada por ele. E um alibi que prefere interpretar como um mito poético ou aceitar como tema de ensaio uma atitude cujas verdadeiras raizes são o subdesenvolvi. mento, a credulidade, a con formação que nem sequer há a coragem de se confessar aberta mente, porque se ilude a si mesma com a esperança de uma libertação gratuita, vinda de fora, descida do céu, ofere cida de algum dos lados do nosso dividido mundo. Mas sempre uma libertação em que não tenhamos de correr gran des riscos, abdicar seja do que for, assumirmo-nos a nós pró prios ou à nossa verdade. Que nos dispense, em suma, de sermos nós o D. Sebastião.
Outras Maneiras de Ver de José Hermano Saraiva.
Círculo de Leitores. Lisboa, 1979, 213. Dura.
Livro sem marcas, assinaturas ou sublinhados.
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Hoje o sebastianismo tem principalmente o valor de tema literario. Serve de ingrediente para especulações mais ou menos brilhantes e engenhosas sobre algo que não se sabe bem 0 que é, mas se costuma designar por caracteristicas, ou dimensões fundamentais, ou marcas originais da alma por tuguesa. Posição que talvez represente ainda uma forma pedante e letrada do sebastia nismo nacional. E uma ma neira cómoda de falar do povo sem fazer nada por ele. E um alibi que prefere interpretar como um mito poético ou aceitar como tema de ensaio uma atitude cujas verdadeiras raizes são o subdesenvolvi. mento, a credulidade, a con formação que nem sequer há a coragem de se confessar aberta mente, porque se ilude a si mesma com a esperança de uma libertação gratuita, vinda de fora, descida do céu, ofere cida de algum dos lados do nosso dividido mundo. Mas sempre uma libertação em que não tenhamos de correr gran des riscos, abdicar seja do que for, assumirmo-nos a nós pró prios ou à nossa verdade. Que nos dispense, em suma, de sermos nós o D. Sebastião.
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