Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz. Assírio & Alvim. Lisboa, 2012, 367 págs. Mole.
Pela primeira vez, as cartas de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz são apresentadas em edição conjunta. Uma edição conjunta é a forma mais adequada para apresentar uma correspondência, que pressupõe sempre um diálogo, uma interação, a existência concreta de dois interlocutores. Cada carta é, em si mesma, ou a resposta a outra carta ou pretexto para ela. Mesmo quando o destinatário opta por não responder, o seu silêncio de algum modo se inscreve na carta seguinte. Assim, uma relação sustentada epistolarmente, como a de Pessoa e Ofélia, só é verdadeiramente compreendida quando os dois discursos se cruzam e mutuamente se refletem. Neste livro, a ideia comum de que estaríamos perante uma relação puramente platónica, sem qualquer traço de intimidade, desfaz-se por completo. Vemos, enfim, surgir um Pessoa diferente do outro lado do espelho. Um Pessoa não só sujeito e manipulador da escrita, mas um Pessoa indefeso, objeto do discurso (e da afeição) de outrem, personagem de uma história real.
Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz. Assírio & Alvim. Lisboa, 2012, 367 págs. Mole.
Pela primeira vez, as cartas de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz são apresentadas em edição conjunta. Uma edição conjunta é a forma mais adequada para apresentar uma correspondência, que pressupõe sempre um diálogo, uma interação, a existência concreta de dois interlocutores. Cada carta é, em si mesma, ou a resposta a outra carta ou pretexto para ela. Mesmo quando o destinatário opta por não responder, o seu silêncio de algum modo se inscreve na carta seguinte. Assim, uma relação sustentada epistolarmente, como a de Pessoa e Ofélia, só é verdadeiramente compreendida quando os dois discursos se cruzam e mutuamente se refletem. Neste livro, a ideia comum de que estaríamos perante uma relação puramente platónica, sem qualquer traço de intimidade, desfaz-se por completo. Vemos, enfim, surgir um Pessoa diferente do outro lado do espelho. Um Pessoa não só sujeito e manipulador da escrita, mas um Pessoa indefeso, objeto do discurso (e da afeição) de outrem, personagem de uma história real.
Peso | 490 g |
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