Marcuse: Contestação, Filosofia e Utopia de J. M. Domenach [et al.]. Moraes Editores. Lisboa, 1970, 131 págs. Mole.
Marcuse foi chamado «o pai da revolta dos estudantes»; fez-se dele o Karl Marx dos esquerdistas. Mas as coisas são mais complexas; é muito raro que um pensamento se traduza imediatamente em acção e, muitas vezes, uma teoria revolucionária exprime uma mentalidade em vez de a criar. Entre a teoria e a consciência criam-se laços múltiplos e sucede que um grupo social se deixe embeber por uma filosofia, à margem de qualquer leitura, por uma espécie de osmose. Os sans-culotte que tomaram a Bastilha não tinham lido a Enciclopédia. Quanto aos animadores da revolta dos estudantes parisienses, Cohn-Bendit, Geismar e Sauvageot, todos eles declararam nunca ter lido Marcuse antes de Maio de 1968. De resto, a mais política das obras de Marcuse, O Homem Unidimensional, apareceu em tradução francesa precisamente em Maio de 1968.
Marcuse: Contestação, Filosofia e Utopia de J. M. Domenach [et al.]. Moraes Editores. Lisboa, 1970, 131 págs. Mole.
Marcuse foi chamado «o pai da revolta dos estudantes»; fez-se dele o Karl Marx dos esquerdistas. Mas as coisas são mais complexas; é muito raro que um pensamento se traduza imediatamente em acção e, muitas vezes, uma teoria revolucionária exprime uma mentalidade em vez de a criar. Entre a teoria e a consciência criam-se laços múltiplos e sucede que um grupo social se deixe embeber por uma filosofia, à margem de qualquer leitura, por uma espécie de osmose. Os sans-culotte que tomaram a Bastilha não tinham lido a Enciclopédia. Quanto aos animadores da revolta dos estudantes parisienses, Cohn-Bendit, Geismar e Sauvageot, todos eles declararam nunca ter lido Marcuse antes de Maio de 1968. De resto, a mais política das obras de Marcuse, O Homem Unidimensional, apareceu em tradução francesa precisamente em Maio de 1968.
Peso | 95 g |
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