Teoria da Literatura

Teoria da Literatura de Vitor Manuel de Aguiar e Silva

Um livro científico-didáctico que não se renove, com o espírito de rigor que deve caracterizar a docência e a investigação universitárias, é um livro condenado a morte breve. Assim, naturalmente, reescrevemos de novo, na sua maior parte, esta nossa obra, cuja primeira edição foi publicada em 1961.
Na última década, a Teoria da Literatura, em particular no seu interface com outras disciplinas, conheceu profundas modificações. Nesta edição, procurámos informar o leitor sobre tais modificações, expondo e analisando novos conceitos, novas orientações metodológicas e novas construções teóricas.
O conhecimento científico progride e consolida-se através da elaboração, da discussão e da eventual convalidação de novas teorias — não por idolatria da novidade, mas por uma exigência inderrogável da própria racionalidade científica. A consciência de que, no âmbito das ciências empíricas, não existem teorias definitivas, teorias imutavelmente “verdadeiras”, deveria ser o pressuposto epistemológico fundamental de todo o ensino universitário. A racionalidade cientifica, todavia, se é incoadunável com o fixismo teorético, é incompatível também com qualquer espécie de cepticismo ou de relativismo gnoseológicos que impliquem a corrosão dos próprios fundamentos dessa racionalidade e gerem a confusão anarquizante de conceitos, métodos, etc.
Estes problemas revestem-se da maior relevância na transmissão escolar do conhecimento científico, porque está em causa nesse processo não só a natureza e a qualidade dos conteúdos cognitivos comunicados, mas também uma “lição”, implícita senão explícita, sobre a lógica e a axiologia desse mesmo conhecimento. Um livro científico-didáctico não deve ser nem um formulário reducionista, nem um manual dogmatizante, nem um repositório heterogéneo e caótico de informações, destituído de coerência teorética. Não deve escamotear os problemas e as dificuldades, não deve impor ou insinuar soluções ideologizantes, não deve desorientar, confundir ou ludibriar intelectualmente o seu leitor-aluno. Um livro científico-didáctico, em suma, não deve ser ”oportunista” sob nenhum aspecto: nem pela ostentação da novidade pela novidade, nem pelo enfileiramento em qualquer corrente ideológica, nem pela busca do êxito comercial.
Estas breves reflexões, na sua essencialidade, exprimem um ideal universitário que sempre nos orientou e que se foi fortalecendo e depurando com o decurso dos anos. Um ideal que deflui de uma atitude mental, que se funda numa filosofia do conhecimento, que deriva de uma determinada concepção da Universidade, mas que se enraíza, antes de tudo, numa ética do conhecimento e numa ética do exercício da docência universitária. Uma ética aceite e praticada independentemente das circunstâncias do tempo e da fortuna e, muitas vezes, contra as circunstâncias do tempo e da fortuna.

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informação do livro

Teoria da Literatura de Vitor Manuel de Aguiar e Silva. Livraria Almedina. Coimbra, 1974, 769 págs. Brochado.

Um livro científico-didáctico que não se renove, com o espírito de rigor que deve caracterizar a docência e a investigação universitárias, é um livro condenado a morte breve. Assim, naturalmente, reescrevemos de novo, na sua maior parte, esta nossa obra, cuja primeira edição foi publicada em 1961.
Na última década, a Teoria da Literatura, em particular no seu interface com outras disciplinas, conheceu profundas modificações. Nesta edição, procurámos informar o leitor sobre tais modificações, expondo e analisando novos conceitos, novas orientações metodológicas e novas construções teóricas.
O conhecimento científico progride e consolida-se através da elaboração, da discussão e da eventual convalidação de novas teorias — não por idolatria da novidade, mas por uma exigência inderrogável da própria racionalidade científica. A consciência de que, no âmbito das ciências empíricas, não existem teorias definitivas, teorias imutavelmente “verdadeiras”, deveria ser o pressuposto epistemológico fundamental de todo o ensino universitário. A racionalidade cientifica, todavia, se é incoadunável com o fixismo teorético, é incompatível também com qualquer espécie de cepticismo ou de relativismo gnoseológicos que impliquem a corrosão dos próprios fundamentos dessa racionalidade e gerem a confusão anarquizante de conceitos, métodos, etc.
Estes problemas revestem-se da maior relevância na transmissão escolar do conhecimento científico, porque está em causa nesse processo não só a natureza e a qualidade dos conteúdos cognitivos comunicados, mas também uma “lição”, implícita senão explícita, sobre a lógica e a axiologia desse mesmo conhecimento. Um livro científico-didáctico não deve ser nem um formulário reducionista, nem um manual dogmatizante, nem um repositório heterogéneo e caótico de informações, destituído de coerência teorética. Não deve escamotear os problemas e as dificuldades, não deve impor ou insinuar soluções ideologizantes, não deve desorientar, confundir ou ludibriar intelectualmente o seu leitor-aluno. Um livro científico-didáctico, em suma, não deve ser ”oportunista” sob nenhum aspecto: nem pela ostentação da novidade pela novidade, nem pelo enfileiramento em qualquer corrente ideológica, nem pela busca do êxito comercial.
Estas breves reflexões, na sua essencialidade, exprimem um ideal universitário que sempre nos orientou e que se foi fortalecendo e depurando com o decurso dos anos. Um ideal que deflui de uma atitude mental, que se funda numa filosofia do conhecimento, que deriva de uma determinada concepção da Universidade, mas que se enraíza, antes de tudo, numa ética do conhecimento e numa ética do exercício da docência universitária. Uma ética aceite e praticada independentemente das circunstâncias do tempo e da fortuna e, muitas vezes, contra as circunstâncias do tempo e da fortuna.

Peso 870 g

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