O teatro infantil foi minha primeira preocupação teatral, meu primeiro contato com o público. Talvez pela facilidade de colocação das peças depois de escritas, talvez pela naturalidade de comunicação que estabeleci com as crianças ou pelo treinamento que representavam os originais infantis, comecei por um caminho que, apesar de acessível, não é o mais fácil. Na minha infância, quase não se fazia teatro para pequenos. Até a data da primeira montagem, só me ocorriam imagens meio apagadas das peças de Lúcia Benedetti que vi ainda menino – a Bruxa e Simbita atirando balas à platéia, numa confraternização amiga, depois de perigos e emoções, espantando minha cabeça com a duplicidade de actores e personagens que se desvendavam e confundiam no fim do espetáculo.