Renascimento e Maneirismo

Renascimento e Maneirismo

A perfeição. Era a perfeição que os artistas do início de Quinhentos aspiravam.A perfeição perdida dos Antigos, a perfeição nas proporções, harmonias e ritmos, que tomavam por medida um humano idealizado, na representação fiel e verosímil da natureza e do real. No classicismo sereno e despojado da arquitectura de Alberti, nas proporções “aureas” da Última Ceia de Da Vinci, bem como no equilibrio de tensões, de simbolismo e de volumes da Escola de Atenas de Rafael, esta intensa busca não só é evidente, como quase parece ter chegado ao seu fim.

A lenda segundo a qual Miguel Angelo se teria enfurecido com uma estátua que não falava – bem como a destruição, esta bem real, que a intensidade do seu esculpir provocou na Pietà-, os infindáveis cadernos de Leonardo e a multiplicação das actividades a que se dedicou Alberti, testemunham tanto o ardor como a confiança depositada na procura da plenitude.

No Alto Renascimento, no primeiro quartel do século XVI, atinge-se uma complexa conciliação de classicismo e cristianismo, de verosimilhança e idealização, de forma e simbolismo. No entanto, a serenidade e o equilíbrio são apenas aparentes – a crise politica grassava na península italiana, e a reforma impunha também uma crise de valores – e não tardarão em ser substituídos por artificialidade, intensidade e distorção. Já nas obras tardias de Miguel Angelo e Rafael, e muito mais ainda nas dos seus sucessores, é a emoção e não a harmonia, a tensão e já não o equilibrio que os artistas procuram.

Durante muito tempo descritos como maus imitadores dos mestres, “à maneira” dos quais pintavam, os maneiristas foram, isso sim, inovadores. Deslumbrados pela técnica e pelo virtuosismo, procuram um aperfeiçoamento continuo de formas e conceitos, um dramatismo sempre maior e assim desenvolvem um estilo artificial, expressivo e muitas vezes distorcido.

Neste volume, traça-se a história desta evolução, tantas vezes contada como degenerescência e estagnação, mas que é, afinal, toda ela movida pela procura ardente da perfeição artística.

10,00 

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informação do livro

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Renascimento e Maneirismo de : Cinzia Caiazzo. Público Comunicação Social. Porto, 2006, 406 págs. Mole.

A perfeição. Era a perfeição que os artistas do início de Quinhentos aspiravam.A perfeição perdida dos Antigos, a perfeição nas proporções, harmonias e ritmos, que tomavam por medida um humano idealizado, na representação fiel e verosímil da natureza e do real. No classicismo sereno e despojado da arquitectura de Alberti, nas proporções “aureas” da Última Ceia de Da Vinci, bem como no equilibrio de tensões, de simbolismo e de volumes da Escola de Atenas de Rafael, esta intensa busca não só é evidente, como quase parece ter chegado ao seu fim.

A lenda segundo a qual Miguel Angelo se teria enfurecido com uma estátua que não falava – bem como a destruição, esta bem real, que a intensidade do seu esculpir provocou na Pietà-, os infindáveis cadernos de Leonardo e a multiplicação das actividades a que se dedicou Alberti, testemunham tanto o ardor como a confiança depositada na procura da plenitude.

No Alto Renascimento, no primeiro quartel do século XVI, atinge-se uma complexa conciliação de classicismo e cristianismo, de verosimilhança e idealização, de forma e simbolismo. No entanto, a serenidade e o equilíbrio são apenas aparentes – a crise politica grassava na península italiana, e a reforma impunha também uma crise de valores – e não tardarão em ser substituídos por artificialidade, intensidade e distorção. Já nas obras tardias de Miguel Angelo e Rafael, e muito mais ainda nas dos seus sucessores, é a emoção e não a harmonia, a tensão e já não o equilibrio que os artistas procuram.

Durante muito tempo descritos como maus imitadores dos mestres, “à maneira” dos quais pintavam, os maneiristas foram, isso sim, inovadores. Deslumbrados pela técnica e pelo virtuosismo, procuram um aperfeiçoamento continuo de formas e conceitos, um dramatismo sempre maior e assim desenvolvem um estilo artificial, expressivo e muitas vezes distorcido.

Neste volume, traça-se a história desta evolução, tantas vezes contada como degenerescência e estagnação, mas que é, afinal, toda ela movida pela procura ardente da perfeição artística.

Peso 1751 g

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