Recepção Literária de H. Heine no Romantismo Português de Maria Manuela Gouveia Delille. INCM. 1984, 777 págs. Brochado.
Em Portugal, na segunda metade do século XIX, H. Heine foi – depois de Goethe – o autor alemão mais lido, mais apreciado e mais traduzido. Paralelamente a toda uma série de tradutores que, não transgredindo o horizonte literário próprio do Segundo Romantismo, se limitam a receber a lírica heiniana como poesia sentimental amorosa, nota-se já em meados do século nos ensaios críticos de António Pedro Lopes de Mendonça (não nas imitações» que fez do Intermezzo e de poemas da colectânea Die Nordsee) a captação de Heine na sua verdadeira dimensão de romântico céptico ou tardio, de escritor humorista, cuja acentuada tendência para dissonâncias, contrastes e digressões variadas reflecte a crise profunda atravessada pela sociedade do tempo e anuncia a poesia moderna. É este aspecto central da obra de H. Heine – o humorismo – que trará impulsos fecundos para a evolução da literatura portuguesa. A partir da recepção crítico-valorativa de A. P. Lopes de Mendonça, o humorismo heiniano, associado frequentemente com a obra e estilo de três célebres poetas românticos Byron, Musset, Espronceda, é referido ou imitado por alguns escritores ultra-românticos (Bulhão Pato, Pinheiro Chagas, Júlio César Machado) em produções literárias pertencentes a géneros híbridos muito ao gosto da época -o poema-romance, a crónica-folhetim e a narrativa de viagens. Seguidamente vem a reflectir-se nos poemas e nos escritos em prosa que Antero de Quental, António de Azevedo Castelo Branco e Germano Vieira de Meireles publicam em O Século XIX e-convergindo com leituras de Poe, Baudelaire e Flaubert – acabará por conduzir ao satanismo eciano dos folhetins da Gazeta de Portugal e à criação colectiva do poeta satânico Carlos Fradique Mendes.
Quer em observações respeitantes às realizações e simpatias estéticas de Eça de Queirós no final da década de 60, quer em apreciações diversas sobre a cena literária nacional, vários autores pertencentes à chamada geração de 70 indicam Heine como um dos modelos da moderna poesia satânica, poesia essa que, ao lado da lírica social-humanitária de sinal huguesco, se manterá actuante na nossa literatura durante o último quartel do século.
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Em Portugal, na segunda metade do século XIX, H. Heine foi – depois de Goethe – o autor alemão mais lido, mais apreciado e mais traduzido. Paralelamente a toda uma série de tradutores que, não transgredindo o horizonte literário próprio do Segundo Romantismo, se limitam a receber a lírica heiniana como poesia sentimental amorosa, nota-se já em meados do século nos ensaios críticos de António Pedro Lopes de Mendonça (não nas imitações» que fez do Intermezzo e de poemas da colectânea Die Nordsee) a captação de Heine na sua verdadeira dimensão de romântico céptico ou tardio, de escritor humorista, cuja acentuada tendência para dissonâncias, contrastes e digressões variadas reflecte a crise profunda atravessada pela sociedade do tempo e anuncia a poesia moderna. É este aspecto central da obra de H. Heine – o humorismo – que trará impulsos fecundos para a evolução da literatura portuguesa. A partir da recepção crítico-valorativa de A. P. Lopes de Mendonça, o humorismo heiniano, associado frequentemente com a obra e estilo de três célebres poetas românticos Byron, Musset, Espronceda, é referido ou imitado por alguns escritores ultra-românticos (Bulhão Pato, Pinheiro Chagas, Júlio César Machado) em produções literárias pertencentes a géneros híbridos muito ao gosto da época -o poema-romance, a crónica-folhetim e a narrativa de viagens. Seguidamente vem a reflectir-se nos poemas e nos escritos em prosa que Antero de Quental, António de Azevedo Castelo Branco e Germano Vieira de Meireles publicam em O Século XIX e-convergindo com leituras de Poe, Baudelaire e Flaubert – acabará por conduzir ao satanismo eciano dos folhetins da Gazeta de Portugal e à criação colectiva do poeta satânico Carlos Fradique Mendes.
Quer em observações respeitantes às realizações e simpatias estéticas de Eça de Queirós no final da década de 60, quer em apreciações diversas sobre a cena literária nacional, vários autores pertencentes à chamada geração de 70 indicam Heine como um dos modelos da moderna poesia satânica, poesia essa que, ao lado da lírica social-humanitária de sinal huguesco, se manterá actuante na nossa literatura durante o último quartel do século.
Recepção Literária de H. Heine no Romantismo Português de Maria Manuela Gouveia Delille. INCM. 1984, 777 págs. Brochado.
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Em Portugal, na segunda metade do século XIX, H. Heine foi – depois de Goethe – o autor alemão mais lido, mais apreciado e mais traduzido. Paralelamente a toda uma série de tradutores que, não transgredindo o horizonte literário próprio do Segundo Romantismo, se limitam a receber a lírica heiniana como poesia sentimental amorosa, nota-se já em meados do século nos ensaios críticos de António Pedro Lopes de Mendonça (não nas imitações» que fez do Intermezzo e de poemas da colectânea Die Nordsee) a captação de Heine na sua verdadeira dimensão de romântico céptico ou tardio, de escritor humorista, cuja acentuada tendência para dissonâncias, contrastes e digressões variadas reflecte a crise profunda atravessada pela sociedade do tempo e anuncia a poesia moderna. É este aspecto central da obra de H. Heine – o humorismo – que trará impulsos fecundos para a evolução da literatura portuguesa. A partir da recepção crítico-valorativa de A. P. Lopes de Mendonça, o humorismo heiniano, associado frequentemente com a obra e estilo de três célebres poetas românticos Byron, Musset, Espronceda, é referido ou imitado por alguns escritores ultra-românticos (Bulhão Pato, Pinheiro Chagas, Júlio César Machado) em produções literárias pertencentes a géneros híbridos muito ao gosto da época -o poema-romance, a crónica-folhetim e a narrativa de viagens. Seguidamente vem a reflectir-se nos poemas e nos escritos em prosa que Antero de Quental, António de Azevedo Castelo Branco e Germano Vieira de Meireles publicam em O Século XIX e-convergindo com leituras de Poe, Baudelaire e Flaubert – acabará por conduzir ao satanismo eciano dos folhetins da Gazeta de Portugal e à criação colectiva do poeta satânico Carlos Fradique Mendes.
Quer em observações respeitantes às realizações e simpatias estéticas de Eça de Queirós no final da década de 60, quer em apreciações diversas sobre a cena literária nacional, vários autores pertencentes à chamada geração de 70 indicam Heine como um dos modelos da moderna poesia satânica, poesia essa que, ao lado da lírica social-humanitária de sinal huguesco, se manterá actuante na nossa literatura durante o último quartel do século.
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