Título: Portugal de Eça de Queiroz
Autor: Beatriz Berrini
Edição: INCM
Colecção | Nº: Temas Portuguesas
Ano: 1984
Páginas: 444
Encadernação: Mole
Capa: Armando Alves
Depósito Legal: 4074/84
Portugal de Eça de Queiroz
Vivendo a maior parte de sua vida de adulto longe da pátria dedicou-se Eça de Queiroz, entretanto, a recriar ficcionalmente em seus romances a sociedade portuguesa de seu tempo. Por isso, a ele poder-se-ia aplicar aquilo que o próprio escritor disse a propósito de Fradique Mendes: o mais puro e íntimo do seu interesse deu-o sempre aos homens e às coisas de Portugal-. Como viu ele a nação? Para muitos, quem sabe mesmo a maioria, foi Eça de Queiroz um critico feroz da sociedade contemporânea apenas nos primeiros romances, mostrando-se tolerante e conformado mais para o fim da vida. Todavia, tal juízo não me parece corresponder à realidade exposta em seus livros e foi isto que procurei mostrar neste estudo: um Eça revolucionário até às últimas criações. As habituais dicotomias que se levantam em relação à sua obra (assumidas, aliás, ‘explicitamente pelo próprio autor). – cidade/ campo e/ou ociosidade / ocupação é possível acrescentar outras: homem / mulher, nobreza / burguesia, riqueza / penúria, etc. São elas que nos permitem perceber a visão crítica eciana, responsável pela denúncia da injusta situação da mulher; pela exposição das primeiras reivindicações das classes mais desfavorecidas, exploradas pelos detentores do poder; pela apresentação de um Cristianismo como religião dos pobres e pela condenação da Igreja do seu tempo… Por isso mesmo, o olhar crítico de Eça de Queiroz restringe-se ao espaço do poder, ou seja, Lisboa. Na verdade, como afirmava João da Ega, Lisboa é Portugal (…). Fora de Lisboa não há nada. O país está todo entre a Arcada e São Bento. E, se há complacência, direi mesmo enlevo e ternura, de Eça de Queiroz por Portugal, não é pelo homem que seu idealismo pretendia melhor e mais actuante, porém pela terra. Ou, nas palavras do nosso lúcido autor, ainda a respeito de Fradique Mendes: Lisboa só lhe agradava como paisagem-.
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informação do livro
Vivendo a maior parte de sua vida de adulto longe da pátria dedicou-se Eça de Queiroz, entretanto, a recriar ficcionalmente em seus romances a sociedade portuguesa de seu tempo. Por isso, a ele poder-se-ia aplicar aquilo que o próprio escritor disse a propósito de Fradique Mendes: o mais puro e íntimo do seu interesse deu-o sempre aos homens e às coisas de Portugal-. Como viu ele a nação? Para muitos, quem sabe mesmo a maioria, foi Eça de Queiroz um critico feroz da sociedade contemporânea apenas nos primeiros romances, mostrando-se tolerante e conformado mais para o fim da vida. Todavia, tal juízo não me parece corresponder à realidade exposta em seus livros e foi isto que procurei mostrar neste estudo: um Eça revolucionário até às últimas criações. As habituais dicotomias que se levantam em relação à sua obra (assumidas, aliás, ‘explicitamente pelo próprio autor). – cidade/ campo e/ou ociosidade / ocupação é possível acrescentar outras: homem / mulher, nobreza / burguesia, riqueza / penúria, etc. São elas que nos permitem perceber a visão crítica eciana, responsável pela denúncia da injusta situação da mulher; pela exposição das primeiras reivindicações das classes mais desfavorecidas, exploradas pelos detentores do poder; pela apresentação de um Cristianismo como religião dos pobres e pela condenação da Igreja do seu tempo… Por isso mesmo, o olhar crítico de Eça de Queiroz restringe-se ao espaço do poder, ou seja, Lisboa. Na verdade, como afirmava João da Ega, Lisboa é Portugal (…). Fora de Lisboa não há nada. O país está todo entre a Arcada e São Bento. E, se há complacência, direi mesmo enlevo e ternura, de Eça de Queiroz por Portugal, não é pelo homem que seu idealismo pretendia melhor e mais actuante, porém pela terra. Ou, nas palavras do nosso lúcido autor, ainda a respeito de Fradique Mendes: Lisboa só lhe agradava como paisagem-.
Peso | 595 g |
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Portugal de Eça de Queiroz
Vivendo a maior parte de sua vida de adulto longe da pátria dedicou-se Eça de Queiroz, entretanto, a recriar ficcionalmente em seus romances a sociedade portuguesa de seu tempo. Por isso, a ele poder-se-ia aplicar aquilo que o próprio escritor disse a propósito de Fradique Mendes: o mais puro e íntimo do seu interesse deu-o sempre aos homens e às coisas de Portugal-. Como viu ele a nação? Para muitos, quem sabe mesmo a maioria, foi Eça de Queiroz um critico feroz da sociedade contemporânea apenas nos primeiros romances, mostrando-se tolerante e conformado mais para o fim da vida. Todavia, tal juízo não me parece corresponder à realidade exposta em seus livros e foi isto que procurei mostrar neste estudo: um Eça revolucionário até às últimas criações. As habituais dicotomias que se levantam em relação à sua obra (assumidas, aliás, 'explicitamente pelo próprio autor). - cidade/ campo e/ou ociosidade / ocupação é possível acrescentar outras: homem / mulher, nobreza / burguesia, riqueza / penúria, etc. São elas que nos permitem perceber a visão crítica eciana, responsável pela denúncia da injusta situação da mulher; pela exposição das primeiras reivindicações das classes mais desfavorecidas, exploradas pelos detentores do poder; pela apresentação de um Cristianismo como religião dos pobres e pela condenação da Igreja do seu tempo... Por isso mesmo, o olhar crítico de Eça de Queiroz restringe-se ao espaço do poder, ou seja, Lisboa. Na verdade, como afirmava João da Ega, Lisboa é Portugal (...). Fora de Lisboa não há nada. O país está todo entre a Arcada e São Bento. E, se há complacência, direi mesmo enlevo e ternura, de Eça de Queiroz por Portugal, não é pelo homem que seu idealismo pretendia melhor e mais actuante, porém pela terra. Ou, nas palavras do nosso lúcido autor, ainda a respeito de Fradique Mendes: Lisboa só lhe agradava como paisagem-.
informação do livro
Título: Portugal de Eça de Queiroz
Autor: Beatriz Berrini
Edição: INCM
Colecção | Nº: Temas Portuguesas
Ano: 1984
Páginas: 444
Encadernação: Mole
Capa: Armando Alves
Depósito Legal: 4074/84
Vivendo a maior parte de sua vida de adulto longe da pátria dedicou-se Eça de Queiroz, entretanto, a recriar ficcionalmente em seus romances a sociedade portuguesa de seu tempo. Por isso, a ele poder-se-ia aplicar aquilo que o próprio escritor disse a propósito de Fradique Mendes: o mais puro e íntimo do seu interesse deu-o sempre aos homens e às coisas de Portugal-. Como viu ele a nação? Para muitos, quem sabe mesmo a maioria, foi Eça de Queiroz um critico feroz da sociedade contemporânea apenas nos primeiros romances, mostrando-se tolerante e conformado mais para o fim da vida. Todavia, tal juízo não me parece corresponder à realidade exposta em seus livros e foi isto que procurei mostrar neste estudo: um Eça revolucionário até às últimas criações. As habituais dicotomias que se levantam em relação à sua obra (assumidas, aliás, ‘explicitamente pelo próprio autor). – cidade/ campo e/ou ociosidade / ocupação é possível acrescentar outras: homem / mulher, nobreza / burguesia, riqueza / penúria, etc. São elas que nos permitem perceber a visão crítica eciana, responsável pela denúncia da injusta situação da mulher; pela exposição das primeiras reivindicações das classes mais desfavorecidas, exploradas pelos detentores do poder; pela apresentação de um Cristianismo como religião dos pobres e pela condenação da Igreja do seu tempo… Por isso mesmo, o olhar crítico de Eça de Queiroz restringe-se ao espaço do poder, ou seja, Lisboa. Na verdade, como afirmava João da Ega, Lisboa é Portugal (…). Fora de Lisboa não há nada. O país está todo entre a Arcada e São Bento. E, se há complacência, direi mesmo enlevo e ternura, de Eça de Queiroz por Portugal, não é pelo homem que seu idealismo pretendia melhor e mais actuante, porém pela terra. Ou, nas palavras do nosso lúcido autor, ainda a respeito de Fradique Mendes: Lisboa só lhe agradava como paisagem-.
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