Neste terceiro volume de OS PUTOS, deparamos com um punhado de contos em que a heroína continua a ser a criança, mesmo quando não está presente. A última narrativa, «Cruzeiro no Nilo», é um afresco de casos humanos que se desdobra ao longo de uma viagem de poucos dias pelas ruínas milenárias do Egipto. Conduzido pela mão de Altino do Tojal, o leitor acompanha um grupo de turistas mais ou menos estranhos entre si, que rapidamente vão tecendo situações de conflito. Também de ternura e desencanto. O desencanto de uma excursionista, Sancha Vasconcelos, ao desabafar: «O mal das viagens é esse: quando começamos a dar-nos com as pessoas, quando começamos a descobrir afinidades, quando começam a criar-se laços, pronto, acabou-se o passeio. Trocam-se endereços, trocam-se números telefónicos, há promessas de contactos, muitos beijos e abraços, mas cada um pega nas suas malas e fica tudo em zero.»