Morreu o Senhor Presidente de Raoul Solar [Ed.]. Publicações Dom Quixote. Lisboa, 1966, 323 págs. Mole.
Sábado, 22 horas. No primeiro andar do Eliseu, por detrás dos reposteiros corridos, num apartamento quase deserto, o presidente da República é fulminado por uma embolia pulmonar. Os Franceses dormem já. Nesse momento, nesta doce noite de Primavera, começa uma batalha cuja finalidade é o Poder.
O primeiro-ministro fecha à pressa o seu «dossier» das negociações europeias de Wurtzbourg. O presidente do Senado, preve- nido em Carcassona, regressa a Paris em avião especial. O ministro do Interior põe de pé o dispositivo «Olympe».
As paixões esquecidas explodem. Vê-se apa- recer um general demasiadamente integro, uma bela jornalista demasiado ávida, um conselheiro técnico demasiado manhoso. Em Washington, a Casa Branca está vigilante. De Itália e da Suiça, um leader» extremista no exilio ameaça o Governo e organiza re- des clandestinas. Algures no Sudoeste, um coronel fanático prepara-se para lançar so- bre Paris uma esquadrilha de «caças de reacção equipados com armas nucleares.
Lentamente, insensivelmente, a França mer- gulha na guerra civil. A cadeira dourada do Eliseu, deixada vaga pela morte de um chefe de Estado todo poderoso, apavora os candidatos a quem tentava há pouco.
Ao fim de trinta dias, o país está entregue à dúvida, à anarquia, ao caos. De todos os lados surgem apelos à revolução ed contra-revolução. Colunas de blindados to- mam a direcção de Toulouse.
Evidentemente, esta história foi inventada em todos os pormenores. Enfim, quase…
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Sábado, 22 horas. No primeiro andar do Eliseu, por detrás dos reposteiros corridos, num apartamento quase deserto, o presidente da República é fulminado por uma embolia pulmonar. Os Franceses dormem já. Nesse momento, nesta doce noite de Primavera, começa uma batalha cuja finalidade é o Poder.
O primeiro-ministro fecha à pressa o seu «dossier» das negociações europeias de Wurtzbourg. O presidente do Senado, preve- nido em Carcassona, regressa a Paris em avião especial. O ministro do Interior põe de pé o dispositivo «Olympe».
As paixões esquecidas explodem. Vê-se apa- recer um general demasiadamente integro, uma bela jornalista demasiado ávida, um conselheiro técnico demasiado manhoso. Em Washington, a Casa Branca está vigilante. De Itália e da Suiça, um leader» extremista no exilio ameaça o Governo e organiza re- des clandestinas. Algures no Sudoeste, um coronel fanático prepara-se para lançar so- bre Paris uma esquadrilha de «caças de reacção equipados com armas nucleares.
Lentamente, insensivelmente, a França mer- gulha na guerra civil. A cadeira dourada do Eliseu, deixada vaga pela morte de um chefe de Estado todo poderoso, apavora os candidatos a quem tentava há pouco.
Ao fim de trinta dias, o país está entregue à dúvida, à anarquia, ao caos. De todos os lados surgem apelos à revolução ed contra-revolução. Colunas de blindados to- mam a direcção de Toulouse.
Evidentemente, esta história foi inventada em todos os pormenores. Enfim, quase…
Morreu o Senhor Presidente de Raoul Solar [Ed.]. Publicações Dom Quixote. Lisboa, 1966, 323 págs. Mole.
Sábado, 22 horas. No primeiro andar do Eliseu, por detrás dos reposteiros corridos, num apartamento quase deserto, o presidente da República é fulminado por uma embolia pulmonar. Os Franceses dormem já. Nesse momento, nesta doce noite de Primavera, começa uma batalha cuja finalidade é o Poder.
O primeiro-ministro fecha à pressa o seu «dossier» das negociações europeias de Wurtzbourg. O presidente do Senado, preve- nido em Carcassona, regressa a Paris em avião especial. O ministro do Interior põe de pé o dispositivo «Olympe».
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