Lírica de João Mínimo

Lírica de João Mínimo

«Da literatura piegas nos livre Deus, sobre todas as coisas.
Enfim, a história do mundo não é senão uma série de reacções e contra-reacções. A da Literatura é o mesmo. O que unicamente fica imutável são os eternos princípios da verdade, do gosto, da razão em tudo»

Nos três livros (Lírica de João Mínimo, Fábulas e Contos, Odes Anacreônticas) em que se divide a LÍRICA estão as três primeiras épocas da existência do mancebo. As impressões e aspirações da infância que desponta à puberdade, os instintos da glória, do amor e do patriotismo suspiram no primeiro livro, que se sente escrito no sossego da casa paterna à repousada sombra das faias e das laranjeiras da sua ilha no meio do Atlântico,” e logo depois às margens clássicas do Mondego, nas horas vagas dos estudos superiores. O segundo livro é nova era para o poeta e para o patriota. Alceu imberbe, tribuno de dezasseis anos, levanta-se com a revolução, destitui todos os ídolos velhos, e não canta senão hinos à liberdade. O profundo sentimento monárquico lá ressumbra todavia sempre dos mais exaltados cantos com que se insurge a sua musa revolucionária. Vê-se que, apesar de todo o impeto que leva essa carreira, jamais há-de precipitá-lo na anarquia. O irreconciliável inimigo dos déspotas e dos hipócritas não há-de ser nunca o amigo dos demagogos, nem blasfemará jamais contra Deus e contra a religião em nome da liberdade que adora como emanação do seio divino.
No terceiro livro aí está ele repousando no lar paterno das primeiras lidas públicas; af canta em suaves endechas os mais puros afectos da família, a saudade dos que já não vivem, o carinho dos que ainda o abraçam. Mas a pátria, essa pátria que há-de renegá-lo e proscrevê-lo daí a pouco, a liberdade que há-de fugir bem depressa, vem tirá-lo do seu momentâneo descanso. Os cinco anos da vida de Coimbra passaram, o sossego da casa materna a que regressou cansa-o. Ele que sai outra vez da sua ilha tranquila para as tempestades da capital. A causa do povo é traída, abandonada… ele não a abandona; prefere o exilio, e em terra estrangeira o ouvimos cantar as suas imprecações, as suas saudades e a constância indómita do autor do CATÃO.
Tal é a história da LÍRICA DE JOÃO MÍNIMO, que termi- na em 1824.

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Lírica de João Mínimo de Almeida Garrett. Círculo de Leitores. 1984. 301 págs. Encadernado.

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Nos três livros (Lírica de João Mínimo, Fábulas e Contos, Odes Anacreônticas) em que se divide a LÍRICA estão as três primeiras épocas da existência do mancebo. As impressões e aspirações da infância que desponta à puberdade, os instintos da glória, do amor e do patriotismo suspiram no primeiro livro, que se sente escrito no sossego da casa paterna à repousada sombra das faias e das laranjeiras da sua ilha no meio do Atlântico,” e logo depois às margens clássicas do Mondego, nas horas vagas dos estudos superiores. O segundo livro é nova era para o poeta e para o patriota. Alceu imberbe, tribuno de dezasseis anos, levanta-se com a revolução, destitui todos os ídolos velhos, e não canta senão hinos à liberdade. O profundo sentimento monárquico lá ressumbra todavia sempre dos mais exaltados cantos com que se insurge a sua musa revolucionária. Vê-se que, apesar de todo o impeto que leva essa carreira, jamais há-de precipitá-lo na anarquia. O irreconciliável inimigo dos déspotas e dos hipócritas não há-de ser nunca o amigo dos demagogos, nem blasfemará jamais contra Deus e contra a religião em nome da liberdade que adora como emanação do seio divino.
No terceiro livro aí está ele repousando no lar paterno das primeiras lidas públicas; af canta em suaves endechas os mais puros afectos da família, a saudade dos que já não vivem, o carinho dos que ainda o abraçam. Mas a pátria, essa pátria que há-de renegá-lo e proscrevê-lo daí a pouco, a liberdade que há-de fugir bem depressa, vem tirá-lo do seu momentâneo descanso. Os cinco anos da vida de Coimbra passaram, o sossego da casa materna a que regressou cansa-o. Ele que sai outra vez da sua ilha tranquila para as tempestades da capital. A causa do povo é traída, abandonada… ele não a abandona; prefere o exilio, e em terra estrangeira o ouvimos cantar as suas imprecações, as suas saudades e a constância indómita do autor do CATÃO.
Tal é a história da LÍRICA DE JOÃO MÍNIMO, que termi- na em 1824.

Peso 405 g

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