Estação Morta de Maria Ondina Braga. Vega. Lisboa, 1980, 142 págs. Mole. 1ª Edição.
A epígrafe que antecede este volume de contos, “Os livros, quanto mais simples e clara a sua voz, tanto mais dolorosa tensão custaram a quem os escreveu”, aponta como coordenadas do estilo de Maria Ondina Braga o despojamento e a sobriedade na evocação de cenas e figuras femininas de um passado que a narradora seleciona numa tentativa de focalização do carácter exemplar de certos traços de personalidade, das suas vivências angustiadas, de experiências insólitas ou da sua progressiva maturação. Para Manuel Frias Martins, a apresentação destas “várias exteriorizações individuais de um mesmo perfil de mulher portuguesa no condicionamento da sua matriz cultural”, sob a forma linguística de uma “articulação linearmente metódica”, opõe a escrita de Maria Ondina Braga a uma parte significativa dos ficcionistas contemporâneos que acentuam a exploração estilística de estruturas irracionais. No entanto, segundo o mesmo crítico, “se daqui resulta uma leitura ausentada de enigmas ao nível da suspensão discursiva, resulta também, e muito curiosamente, que o carácter enigmático da própria escrita é muito mais acentuadamente posto em relevo em Maria Ondina Braga que em outros ficcionistas, para quem a experiência artística é sobretudo colocar a questão dessa mesma experiência
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A epígrafe que antecede este volume de contos, “Os livros, quanto mais simples e clara a sua voz, tanto mais dolorosa tensão custaram a quem os escreveu”, aponta como coordenadas do estilo de Maria Ondina Braga o despojamento e a sobriedade na evocação de cenas e figuras femininas de um passado que a narradora seleciona numa tentativa de focalização do carácter exemplar de certos traços de personalidade, das suas vivências angustiadas, de experiências insólitas ou da sua progressiva maturação. Para Manuel Frias Martins, a apresentação destas “várias exteriorizações individuais de um mesmo perfil de mulher portuguesa no condicionamento da sua matriz cultural”, sob a forma linguística de uma “articulação linearmente metódica”, opõe a escrita de Maria Ondina Braga a uma parte significativa dos ficcionistas contemporâneos que acentuam a exploração estilística de estruturas irracionais. No entanto, segundo o mesmo crítico, “se daqui resulta uma leitura ausentada de enigmas ao nível da suspensão discursiva, resulta também, e muito curiosamente, que o carácter enigmático da própria escrita é muito mais acentuadamente posto em relevo em Maria Ondina Braga que em outros ficcionistas, para quem a experiência artística é sobretudo colocar a questão dessa mesma experiência
Estação Morta de Maria Ondina Braga. Vega. Lisboa, 1980, 142 págs. Mole. 1ª Edição.
A epígrafe que antecede este volume de contos, “Os livros, quanto mais simples e clara a sua voz, tanto mais dolorosa tensão custaram a quem os escreveu”, aponta como coordenadas do estilo de Maria Ondina Braga o despojamento e a sobriedade na evocação de cenas e figuras femininas de um passado que a narradora seleciona numa tentativa de focalização do carácter exemplar de certos traços de personalidade, das suas vivências angustiadas, de experiências insólitas ou da sua progressiva maturação. Para Manuel Frias Martins, a apresentação destas “várias exteriorizações individuais de um mesmo perfil de mulher portuguesa no condicionamento da sua matriz cultural”, sob a forma linguística de uma “articulação linearmente metódica”, opõe a escrita de Maria Ondina Braga a uma parte significativa dos ficcionistas contemporâneos que acentuam a exploração estilística de estruturas irracionais. No entanto, segundo o mesmo crítico, “se daqui resulta uma leitura ausentada de enigmas ao nível da suspensão discursiva, resulta também, e muito curiosamente, que o carácter enigmático da própria escrita é muito mais acentuadamente posto em relevo em Maria Ondina Braga que em outros ficcionistas, para quem a experiência artística é sobretudo colocar a questão dessa mesma experiência
Peso | 180 g |
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