Arthur Lambert da Fonseca apresenta, agora, o seu terceiro volume de poesia e pode dizer-se, ao lê-lo, que se está, realmente, diante de um grande poeta. Isto, já pelo que a poesia é em si, já pelo que sugere durante a sua leitura, já, ainda, pelo que fica em eco na ressonância, depois de esta terminada, Poeta lírico mas de um lirismo muito especial e muito pessoal. As coisas são sugeridas através de uma imagética de real encanto e o formal da construção e tão puro e tão perfeito, que ele passa sem que disso nos apercebamos. Assim, a poesia despida de todo o prosaísmo, de toda a ganga, atinge uma altitude e uma interioridade, que quase a sentimos aproximada de certos textos místicos, que quase a senti mos como documento de emoções em nós reflectidas, mas nunca por nós ou em nós realizadas.