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Arte dos Maias

Aos “Mul Altos Exmos. Principes e Mui Católicos e Mui Grandes Reis” de Espanha, Cortés dá conta de uma terra onde lhe parece haver tesouro, “tanto como naquela de onde se diz que levou Salomão para o templo,” onde há povoações “grandes e bem concertadas,” de casas baixas e “amouriscadas”, entre as quais impressionam “as mesquitas” onde os nativos guardam os seus idolos, “as maiores e melhores e mais bem construídas” “que trazem muito ataviadas”. Cortés cré que não será dificil trazer-lhes a fé, pois “vivem mais politica e razoavelmente que nenhuma das gentes que até hoje nestas partes foram vistas.”

A tensão entre o desprezo e o espanto, o horror e a admiração, marca todo o discurso dos conquistadores europeus: os nativos tão depressa são “mouros” ou animais, com “beiços inferiores grossos”, ataviados de “cousas mui feias”, que praticam “frequentemente e amiúde” o sacrificio humano, como surpreendem pela riqueza, pela complexidade e capacidade das suas obras. Frei Diego de Landa espanta-se com os “muitos edificios de grande formosura […] todos de cantaria mui bem lavrada sem haver nenhum género de metal com que se pudessem lavrar.” e mais ainda com o facto patente de terem sido os indios os construtores destas maravilhas. as mais notáveis de todas as Índias.

Na verdade, a civilização maia estava já longe do seu auge quando foi descoberta pelos ocidentais: o período clássico, durante o qual floresceram os grandes centros maias por toda a América Central, desenrolou-se entre os séculos IV e X. Este período assistiu a uma cultura artística e arquitectónica riquíssima, em torno dos centros religiosos, com templos e palácios agrupados em torno de pátios abertos, com as suas paredes profusamente decoradas com esculturas e relevos pintados, mosaicos e frisos; imagens e textos que nos revelam uma civilização complexa e um conhecimento profundo. Ao contrário de tantas outras culturas não-ocidentais, os maias reservavam um lugar de destaque aos seus artistas, cujas obras aparecem frequentemente assinadas, e que parecem ter gozado de uma liberdade invulgar, da qual resulta uma enorme variação e riqueza de estilos, fomentada pelas trocas entre os diversos centros, e patente nas cerâmicas e objectos de pedra lavrada que, para além das ruínas, constituem a parte maior do que chegou até nós (do que restava do poderio maia, os conquistadores deixaram apenas ruínas e uma população rural e pobre).

Este volume oferece-nos uma visão completa desta cultura remota e complexa, da sua evolução à chegada dos espanhóis, bem como do processo de redescoberta arqueológica que nos permite conhecer, não só o tesouro, mas as vidas deste povo singular.

Arte dos Maias

Aos "Mul Altos Exmos. Principes e Mui Católicos e Mui Grandes Reis" de Espanha, Cortés dá conta de uma terra onde lhe parece haver tesouro, "tanto como naquela de onde se diz que levou Salomão para o templo," onde há povoações "grandes e bem concertadas," de casas baixas e "amouriscadas", entre as quais impressionam "as mesquitas" onde os nativos guardam os seus idolos, "as maiores e melhores e mais bem construídas" "que trazem muito ataviadas". Cortés cré que não será dificil trazer-lhes a fé, pois "vivem mais politica e razoavelmente que nenhuma das gentes que até hoje nestas partes foram vistas." A tensão entre o desprezo e o espanto, o horror e a admiração, marca todo o discurso dos conquistadores europeus: os nativos tão depressa são "mouros" ou animais, com "beiços inferiores grossos", ataviados de "cousas mui feias", que praticam "frequentemente e amiúde" o sacrificio humano, como surpreendem pela riqueza, pela complexidade e capacidade das suas obras. Frei Diego de Landa espanta-se com os "muitos edificios de grande formosura [...] todos de cantaria mui bem lavrada sem haver nenhum género de metal com que se pudessem lavrar." e mais ainda com o facto patente de terem sido os indios os construtores destas maravilhas. as mais notáveis de todas as Índias. Na verdade, a civilização maia estava já longe do seu auge quando foi descoberta pelos ocidentais: o período clássico, durante o qual floresceram os grandes centros maias por toda a América Central, desenrolou-se entre os séculos IV e X. Este período assistiu a uma cultura artística e arquitectónica riquíssima, em torno dos centros religiosos, com templos e palácios agrupados em torno de pátios abertos, com as suas paredes profusamente decoradas com esculturas e relevos pintados, mosaicos e frisos; imagens e textos que nos revelam uma civilização complexa e um conhecimento profundo. Ao contrário de tantas outras culturas não-ocidentais, os maias reservavam um lugar de destaque aos seus artistas, cujas obras aparecem frequentemente assinadas, e que parecem ter gozado de uma liberdade invulgar, da qual resulta uma enorme variação e riqueza de estilos, fomentada pelas trocas entre os diversos centros, e patente nas cerâmicas e objectos de pedra lavrada que, para além das ruínas, constituem a parte maior do que chegou até nós (do que restava do poderio maia, os conquistadores deixaram apenas ruínas e uma população rural e pobre). Este volume oferece-nos uma visão completa desta cultura remota e complexa, da sua evolução à chegada dos espanhóis, bem como do processo de redescoberta arqueológica que nos permite conhecer, não só o tesouro, mas as vidas deste povo singular.

10,00 

Título: Arte dos Maias
Autor: Cinzia Caiazzo
Edição: Público
Colecção | Nº: A Grande História da Arte | 23
Ano: 2006
Páginas: 335
Encadernação: Mole
Tradução: Ana Taborda Oliveira
Depósito Legal: BI-1235-06
ISBN: 84-9819-459-8

Descrição

Aos “Mul Altos Exmos. Principes e Mui Católicos e Mui Grandes Reis” de Espanha, Cortés dá conta de uma terra onde lhe parece haver tesouro, “tanto como naquela de onde se diz que levou Salomão para o templo,” onde há povoações “grandes e bem concertadas,” de casas baixas e “amouriscadas”, entre as quais impressionam “as mesquitas” onde os nativos guardam os seus idolos, “as maiores e melhores e mais bem construídas” “que trazem muito ataviadas”. Cortés cré que não será dificil trazer-lhes a fé, pois “vivem mais politica e razoavelmente que nenhuma das gentes que até hoje nestas partes foram vistas.”

A tensão entre o desprezo e o espanto, o horror e a admiração, marca todo o discurso dos conquistadores europeus: os nativos tão depressa são “mouros” ou animais, com “beiços inferiores grossos”, ataviados de “cousas mui feias”, que praticam “frequentemente e amiúde” o sacrificio humano, como surpreendem pela riqueza, pela complexidade e capacidade das suas obras. Frei Diego de Landa espanta-se com os “muitos edificios de grande formosura […] todos de cantaria mui bem lavrada sem haver nenhum género de metal com que se pudessem lavrar.” e mais ainda com o facto patente de terem sido os indios os construtores destas maravilhas. as mais notáveis de todas as Índias.

Na verdade, a civilização maia estava já longe do seu auge quando foi descoberta pelos ocidentais: o período clássico, durante o qual floresceram os grandes centros maias por toda a América Central, desenrolou-se entre os séculos IV e X. Este período assistiu a uma cultura artística e arquitectónica riquíssima, em torno dos centros religiosos, com templos e palácios agrupados em torno de pátios abertos, com as suas paredes profusamente decoradas com esculturas e relevos pintados, mosaicos e frisos; imagens e textos que nos revelam uma civilização complexa e um conhecimento profundo. Ao contrário de tantas outras culturas não-ocidentais, os maias reservavam um lugar de destaque aos seus artistas, cujas obras aparecem frequentemente assinadas, e que parecem ter gozado de uma liberdade invulgar, da qual resulta uma enorme variação e riqueza de estilos, fomentada pelas trocas entre os diversos centros, e patente nas cerâmicas e objectos de pedra lavrada que, para além das ruínas, constituem a parte maior do que chegou até nós (do que restava do poderio maia, os conquistadores deixaram apenas ruínas e uma população rural e pobre).

Este volume oferece-nos uma visão completa desta cultura remota e complexa, da sua evolução à chegada dos espanhóis, bem como do processo de redescoberta arqueológica que nos permite conhecer, não só o tesouro, mas as vidas deste povo singular.

Informação adicional

Peso 1751 g

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