As origens míticas de Arganil perdem-se em tempos lendários, tão antigos como as viagens da nau Argo. Porém esta interessante monografia está solidamente fundamentada nos recursos que as ciências põem ao dispor do historiógrafo para reconstituir a lenta evolução das relações entre os homens e o espaço geográfico que escolheram como habitat, ao longo dos séculos. A preocupação, e o gosto, da autora, ao elaborar este volume, foi o de “avivar a memória colectiva” que se sedimenta em cada pedra, edifício, monumento, cada recanto, ritual, costume, cada nome que ficou associado à história da vila, sinais que lhe conferem personalidade única e que fazem dela parte inalienável da nossa identidade cultural. Com grande rigor e com uma peculiar arte de escrever, Regina Anacleto conduz-nos pelos meandros desta corrente que liga o passado remoto ao presente, nesta comunidade específica que é Arganil.