Trouxe-nos o acaso, às mãos, um livro sobre a actividade dos guerrilheiros jugoslavos, e a curiosidade levou-nos a lê-lo. Essa leitura despertou em nós o desejo de conhecer, com pormenor, o papel desempenhado pelos guerrilheiros, em todos os países ocupados, durante a última guerra mundial. Tal estudo teria de ser feito, portanto, com base na História, procurando dela tirar a maior soma possível de ensinamentos e, com eles, estabelecer bases que fundamentassem, convenientemente, qual quer opinião a formular. Aqui surgiu -e surgirá sempre o primeiro grande obstáculo, pela falta de conhecimento exacto do importante papel desempenhado pela GUERRILHA na guerra, em particular na última, em consequência da dificuldade em se fazer a sua história. Porque a vida média do guerrilheiro em plena actividade era, de maneira geral, cerca de seis meses, a maioria dos combatentes da primeira hora morreu sem deixar quaisquer memórias. Como tal, torna-se difícil encontrar testemunhas ao corrente de todas as fases da luta. Por outro lado, a natureza secreta da luta, imposta pelas circunstâncias, não permitia a elaboração de diários de campanha, com ordens de batalha, ou quaisquer outros documentos, pelo perigo mortal que representaria a sua queda em poder do inimigo.