Como é que mudaram as relações entre maridos e esposas, entre pais e filhos, ao longo dos três últimos séculos? Como é que avaliamos a grande irrupção das emoções e dos sentimentos na vida familiar, a partir de 1750? -irrupção essa que iria avassalar todo o mundo ocidental, transformando irreversivelmente a família do modo que sabemos. Como é que evo luiu no lar, ao longo dos anos, a posição da mulher e do homem, assim como a dos filhos? Será que houve realmente uma revolução sexual e, admitindo que de facto houve, quais terão sido os seus efeitos? A Formação da Família Moderna proporciona toda uma informação de base – acerca do namoro e das práticas sexuais, dos cuidados com os bebés, da divisão do trabalho no lar e de muitas outras coisas que nos indispensável para podermos responder a tão importantes interrogações. E fá-lo, acima de tudo, fundamentando -se não apenas nalgumas famílias da classe média e da classe rica que deixaram cartas, diários e autobiografias mas também na gente comum, que não deixou registos e, muitas vezes, ficou perdida na história. Conseguindo combinar harmoniosamente alguns relatos fascinantes de testemunhos oculares (médicos, padres, magistrados locais, membros da família, etc.). que transmitem o que realmente foi sentido como sendo o amante, a esposa, o marido, o pai, a mãe, o filho ou a filha ainda criança no «mundo que perdemos» com as descobertas da «nova história social» acerca dos nascimentos, dos filhos ilegítimos, da dimensão da família, das práticas de cuidados com os bebés, o prof. Shorter ajuda-nos a compreender, como nunca foi possível antes, a for mação da família moderna.