UM ESCRITOR
CONFESSA-SE

Todos os livros contam duas histórias: uma respeitante às personagens, outra ao autor e ao que o levou a escrever o livro. Morte no Castelo começou há alguns anos, em Ingla terra, quando visitei um belo castelo antigo com o meu sócio nas Stratton Productions, Tad Danielewski. Das sombras vene ráveis e das torres ameadas do castelo, as personagens emer giram, ficticias, e, contudo, tão singularmente nitidas que a sua história se desenrolou logo no meu espírito.

Como Tad Danielewski é director de cena e argumentista, começámos imediatamente a discutir a maneira de apresentar a história. Ele pensou num filme, eu pensei num romance, e acabámos por nos decidir por um esforço cooperativo: eu escreveria o romance, ele escreveria o argumento cinemato gráfico. O trabalho começou quase simultâneamente.

Talvez o leitor sinta o mesmo encantamento que experimentei quando a história tomou forma, por assim dizer, em exposição dupla-cada uma delas a reflectir a outra e a prometer nova espécie de interesse: um gerado pela magia do écran, outro pela leitura.

O objectivo da Arte é a comunicação; mas nas diversas artes cada um emprega os seus meios próprios e obtém o seu eleito especial. No romance, o leitor deve servir-se da sua imaginação criadora, a fim de participar no enredo; no filme, a participação é mais directa, menos subjectiva, pois o espec tador sente-se efectivamente transportado para a própria cena.

Oferecemo-vos ambos: agora o romance e, um pouco mais tarde, o filme de Morte no Castelo.

 

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